segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

The Zombies - Odessey and Oracle (1968)

Corria o ano de 1968 e o LSD inundava as mentes da galera. Essa banda inglesa, formada em 1961, já era conhecida pela sensacional balada psicodélica "She's Not There", de 1964, mas ainda eram uma 'One Hit Wonder'. Então produziram essa obra-prima, sonzeraça de primeira. Depois dos Beatles e dos Beach Boys, o Zombies foram o maior expoente do "Pop Barroco", música com belas harmonias vocais e e arranjos instrumentais evocando paisagens rurais, camponeses, essas coisas... No Âmago dessa sonoridade está o órgão de Rod Argent, fortemente influenciado pelo Jazz de Jimmy Smith e companhia bela, e os vocais sussurrados de Colin Blunstone. Faixas como 'Care of Cell 44', 'Cheanges', This will be our year', 'Beechwood Park' e a sensacional 'Time of the Season' transpiram climas ensolarados psicodélicos. Boa pedida pra esse fim de ano de sol e calor tropical.

Dado curioso: Quando foi lançado, "Odessey and Oracle" foi praticamente ignorado pelo público e crítica, e vendeu quase nada. A banda não aguentou a barra e se separou logo depois. Apenas dois anos depois 'Time of the Season' começou a tocar em rádios e chegou às paradas de sucesso, reacendendo o interesse pela banda.

The Zombies - Odessey and Oracle (1968)

01 - Care of Cell 44
02 - A Rose for Emily
03 - Maybe After He's Gone
04 - Beechwood Park
05 - Brief Candles
06 - Hung Up on a Dream
07 - Changes
08 - I Want Her, She Wants Me
09 - This Will Be Our Year
10 - Butcher's Tale (Western Front, 1914)
11 - Friends of Mine
12 - Time of the Season

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Charlie Parker and Dizzy Gillespie - Town Hall, New York City, June 22, 1945


Corria o ano de 1945 e esses dois sujeitos estavam inventando o Bebop quando rolou essa lendária temporada de shows na Prefeitura de Nova York. Em uma palavra: Histórico. Os masters gravados em acetato dessa sessão de 22 de junho de 45, ainda na ressaca do fim da 2ª Guerra Mundial, foram redescobertos em 2005 e ganharam essa edição remasterizada. Claro que a gravação da época não era grandes coisas, mas pensando positivo, isso também contribui para o clima antigo da parada.

Aqui o trompete de Dizzy e o sax de Bird estão respaldados pela batera de Max Roach, o sax tenor de Don Byas e o piano de Al Haig, fazendo clássicos do porte de 'Salt Peanuts', 'A Night in Tunisia', 'Groovin' High' e a faixa de abertura, simplesmente, 'Bebop'.

Dizzy Gillespie & Charlie Parker: Town Hall New York City - June 22, 1945


01 - Intro
02 - Bebop
03 - A Night in Tunisia
04 - Groovin' High
05 - Salt Peanuts
06 - Hot House
07 - Fifty Second Street Theme


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Django Reinhardt with Stephane Grappelli and the Quintet - Hot Club Remastered (2009)

Jean Baptiste Reihardt nasceu na Bélgica, em 1910. Mas era cigano, de família cigana, então não dá pra dizer que ele era belga, nem francês, embora tivesse vivido a maior parte da vida na França. Em contato com a riquíssima tradição musical cigana, aprendeu a tocar violino ainda cedo, e depois escolheu o violão como instrumento. O acampamento onde morava, nas proximidades de Paris, pegou fogo em 1928, e Django queimou a mão esquerda, o que não o impediu de continuar tocando, e o novo jeito que ele encontrou pra tocar é creditado por alguns críticos como marca do seu estilo inconfundível no dedilhado. Outra lenda diz que foi durante sua recuperação das queimaduras que ele entrou em contato com o jazz norte-americano, então uma novidade na Europa, ouvindo discos de Louis Armstrong.

Django tocava em cafés parisienses seu som gipsy, começando a sofrer a influência do jazz, quando Pierre Nourri, chefe do Hot Club de France, o primeiro clube de jazz europeu, propôs que ele se juntasse ao violinista Stephan Grapelli em uma banda de cordas. Assim nasceu o histórico Quintet of the Hot Club of France. As gravações da época foram remasterizadas e aparecem agora nessa compilação sensacional lançada recentemente.

Django ficou famoso, mas o espírito cigano seguia forte. Muitas vezes ele sumia e ia passear no campo, faltando a shows, entre outras peripécias. Para saber mais sobre a colorida vida de Django, recomendo o filme Sweet and Lowdown, de Woody Allen, uma semi-biografia com Sean Penn no papel de Django.

ERRATA: Falei merda, "Sweet and Lowdown" não é uma biografia de Django. O personagem vivido por Sean Penn é do violonista fictício Emmet Ray, obcecado por Django. O filme é feito como se Ray tivesse realmente existido, e suas peripécias com mulheres, bebedeiras e outras fanfarronices são livrementes baseadas na vida de Django. Aliás, o filme é bem legal, assistam!

Django Reinhardt with Stephane Grappelli and the Quintet - Hot Club Remastered (2009)

01.Dinah 02:34
02.Oh Lady Be Good 02:51
03.Blue Rag 02:54
04.Djangology 02:55
05.Swing Guitars 02:22
06.Sweet Chorus 02:42
07.Liebestraum 03:18
08.Tears 02:36
09.St Louis Blues 02:40
10.Minor Swing 03:12
11.Vipers Dream 03:13
12.Tea for Two 02:50
13.My Sweet 02:56
14.Daphnee 03:06
15.Stockholm 02:45
16.Hcq Strut 02:54
17.The Man I Love 03:09
18.Swing 39 03:14
19.Nuages 03:18
20.Sweet Sue 02:49
21.Manoir De Mes Reves 03:17
22.Echoes of France 02:45
23.September Song 03:16
24.Topsy 03:03
25.Lover Man 03:09

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Cafe Tacvba - Avalancha de Éxitos (1996)


Dando continuidade à toada latina, subimos um pouco mais para o norte, mas ainda abaixo do Río Grande (ou Río Bravo). A melhor banda de México que yo conozco chama-se Café Tacuba. A banda, que depois mudou o nome para Café Tacvba, é formada por quatro chilangos, como são conhecidos os habitantes da Cidade do México. Com uns 20 anos de estrada, são um ícone do rock mexicano. O álbum aqui postado chama-se Avalancha de Éxitos, de 1996, e como o próprio nome indica é uma coletânea de sucessos – dos outros. Explico: são oito covers de outros cantores hispanohablantes. Destaque pra Chilanga Banda, um rock-rap cantando inteiramente em chilangoñol, o “dialeto” callejero típico da cidade... vou colocar aqui só o refrão, quem souber a tradução ganha uma breja na cerca-frango! Suerte!

Pachucos, cholos y chundos,
Chinchinflas y malafachas
Aca los chompiras rifan
Y bailan tibiritabara


domingo, 13 de dezembro de 2009

Rebel Sounds Collection

ATENÇÃO!

Este post foi escrito por um iniciante na midia digital.

Dando continuidade à pequena resenha/homenagem/seleção de blogs musicais, apresentamo-lhes o Rebel Sounds. Blog de musica sul e centro-americana, europeia latina, e sei la mais o que. Não digo que seja musica latinoamericana porque acho que ela é muito mais afroindigena e mestiça do que latina - como toda nossa américa, aliás. Musica com pegada politico-libertária-legalista-ambientalista-socialista e por aí vailista. Ou não também, essa é apenas a minha interpretação do blog.

Enfim, já a muito tempo os caras hospedam de chico science a fabulosos cadilacs. Tendência rock-punk-ska-regional-afro-reggae-eletronico-rap (muito divertido tentar descrever esses conceitos...) e bossa nova. (brincadeira, bossa nova não).

Mas esse post é também uma homenagem ao Tropeço, que veio me perguntar da Colômbia. Justo a Colômbia, hahaha! Boa viagem maestro, aproveite!

A ver...

1- Los Gaiteros de San Jacinto - Un fuego de sangre pura



A Cumbia Colombiana é UNANIMIDADE CONTINENTAL. A história viva, sendo contada. As gaitas são como duas flautas, uma macho e outra femêa. Apaixonante. Esse é apenas um gostinho... tem mais coisa nesse blog Purayuca (mandioca pura). Saboreiem os tambores. A foto é dum disco mas o link é duma coletânea.

ouveae!


2- Sidestepper - More Grip



Mais musica colombiana. O que acontece quando um produtor inglês fica amigo dum grupo de cumbia contemporânea? More Grip é a resposta. Não se engane pelos nomes em ingles, a musica é caribenha pura.

  1. andando
  2. La Bara
  3. hoy tenemos
  4. bacalao salao
  5. linda manigua
  6. me muero
  7. chevere q chevere
  8. sidestepper
  9. campo
  10. tremendo_vacilon
Ouveae!

3. La Zurda - La Zurda

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Seguimos no Blog, música argentina agora. Também mestiça em todas as formas, mas essencialmente o encontro da musica regional argentina com o bom rockska. Disco de 2007. Enjoy.

01. Falopero
02. Santa Anita
03. El Mundo
04. Echale Semilla
05. Sonno Le Mie Cossa
06. Tafí Del Valle
07. Los Ejes De Mi Carreta
08. Andaré
09. Culebrón
10. Mimbre y Cafe
11. Frontera
12. Vidita

Ouveae!

4. The Roots of Chicha - Psychadelic Peruvian Cumbias from the 70's



Muita cumbia, teclados, guitarras e ayahuasca e poucas flautas andinas. Musica da selva amazônica do Peru. Y viva el oriente!

Ouveaê!

5 - Totó la Momposina - La candela viva



A voz feminina da cumbia. Também de altíssima qualidade. Já veio tocar em São Paulo e tudo!

Ouveae!


6 - Eduardo Mateo - "Mateo solo bien se lame" (1972)



Um violero trovador uruguaio, Eduardo Mateo tinha especial apreço pela musica brasileira da época, em especial a bossa nova. Como o post é homenagem ao maestro Tropesso, fica também um pedido né. Toca Mateo!

Ouveae!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Nina Simone Sings the Blues (1967)


Ah, Nina... A moça era o blues e o soul encarnados. Esse disco de 1967 é um dos seus melhores registros, mas claro, tem muitos outros para explorar. Nesse link, você acha quase tudo de Miss Simone. Já nesse humilde Ouveaê ficamos com esse Sings the Blues, que o nome já entrega: é bluesera da melhor qualidade, com composições de George Gershwin, Bessie Smith e talvez a melhor versão do clássico "The House of the Rising Sun". Belo representante dos sons "to make love to your ol' lady".

Nina Simone Sings the Blues (1967)

01 - Do I Move You?
02 - Night and Day
03 - In The Dark
04 - Real Real
05 - My Man's Gone Now
06 - Backlash Blues
07 - I Want a Litte Sugar in My Bowl
08 - Buck
09 - Since I Fell for You
10 - The House of the Rising Sun
11 - Blues for Mama
12 - Do I Move You? (Version 2)
13 - Whatever I Am (You Made Me)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Suba - São Paulo Confessions (1999)

O sérvio Mitar Subotic nasceu em 1961 na cidade de Novi Sadi, no que então era a Iugoslávia. Estudou música clássica e erudita e pesquisou a música folclórica tradicional sérvia. Foi um dos pioneiros na utilização da eletrônica na música em seu país natal. Em 1986 seu disco In the Mooncage, que misturava o folk sérvio com eletrônica, ganhou um prêmio da Unesco e Suba veio ao Brasil, com uma bolsa para estudar os ritmos afro-brasileiros. Se apaixonou pelo Brasil e se mudou definitivamente para cá em 1990, pouco antes de estourar a guerra civil na Iugoslávia, se estabelecendo em São Paulo. Produziu discos para Marina Lima, Edgard Scandurra (em seu projeto solo eletrônico Benzina), Bebel Gilberto, Edson Cordeiro, Arnaldo Antunes e muitos outros.

Em 1999 havia finalizado o álbum Tanto Tempo, de Bebel Gilberto, e este São Paulo Confessions, homenagem à cidade que escolheu para viver, também estava pronto. Um incêndio atingiu seu apartamento-estúdio e Suba morreu asfixiado pela fumaça, tentando salvar o material gravado com Bebel. Lançado poucas semanas após sua morte, São Paulo Confessions ficou também como uma homenagem ao próprio Suba. As músicas, em parcerias com nomes como a cantora Cibele, Arnaldo Antunes e João Parahyba, percussionista do Trio Mocotó, transpira 'paulistanidade'. É eletrônico e sambista, cosmopolita e local, evoca noites chuvosas e apartamentos do edifício Copan. Foi louvado pela crítica tanto aqui quanto no exterior, e com todos os méritos.

Nos dez anos da morte de Suba, vai rolar hoje um show-tributo no Sesc Pompéia: Suba Connections, com participação de muitos músicos que trabalharam com o sérvio-brazuca.

Suba - São Paulo Confessions (1999)

01 - Tantos Desejos – Suba – (Taciana & Suba) (4:27)

02 - Você Gosta – Suba – (Taciana, Marcelo Paiva & Suba) (4:20)

03 - Na Neblina – Suba – (Suba) (4:43)

04 - Segredo – Suba – (Katia B. & Suba) (4:03)

05 - Antropófagos – Suba – (Suba) (6:22)

06 - A Felicidade – Suba – (Tom Jobim & Vinicius de Moraes) (4:21)

07 - Um Dia Comum (Em São Paulo) – Suba – (Suba) (4:59)

08 - Sereia – Suba – (Béco, Cibele & Suba) (6:00)

09 - Samba Do Gringo Paulista – Suba – (Suba) (4:49)

10 - Abraço – Suba – (Arnaldo Antunes & Suba) (5:05)

11 - Pecados Da Madrugada – Suba – (Suba) (5:05)

12 - A Noite Sem Fim – Suba – (Suba) (7:02)

Ouveaê!