domingo, 30 de maio de 2010

Tributo a Dennis Hopper - Easy Rider Orignal Soundtrack (1969)

Neste sábado (29 de maio de 2010), morreu, por complicações de um câncer de próstata, o ator e cineasta Dennis Hopper, que embora os mais jovens conheçam mais por papéis de vilão em filmes como Velocidade Máxima e Waterworld, um dia foi o símbolo da geração que, guiada pelos ideais hippies de sexo, drogas e rock and roll, revolucionou o cinema norte-americano a partir do final dos anos 60. (ufa, que frase longa).
O ano era 1969, e a geração hippie já havia revolucionado a política, os costumes, a música e as artes plásticas, mas em Hollywood eles ainda eram vistos como chapados abobados. Hopper, junto com os amigos Peter Fonda e Jack Nicholson, ajudados pelo mago dos filmes B Roger Corman, estavam tentando mudar isso. Após terem feito em parceria os psicodélicos, mas ainda pouco transgressores The Trip, Psych-out e Head, o trio se juntou para contar a história de dois motoqueiros hippies que, após se derem bem com uma venda de cocaína, pegam suas Harleys depenadas e caem na estrada, em busca do sonho de liberdade e do mito norte-americano que a liberdade se encontra pegando a estrada numa moto possante. Hopper dirigiu o filme e co-estrela, como Billy, ao lado de Peter Fonda, o Capitain America, e Jack Nicholson, o advogado alcoólatra e quadrado que eles encontram no caminho e pega carona na viagem, até o antológico e tristíssimo final.
Pois bem, quando Billy e Capitain America pegam a estrada uma música começa a tocar. A porrada guitarreira rock and roll do Steppenwolf que virou um dos maiores clássicos do rock: Born to be Wild. O restante da trilha sonora é uma coleção de pedradas rock que evocam o clima do filme, que mudou para sempre a indústria do cinema ao se tornar um grande sucesso de público e crítica rodado no  underground, fora dos grandes estúdios. Diz a lenda que Hopper havia pensado em encomendar uma trilha original para o Crosby Stills Nash and Young, mas enquanto filmava, se deu conta que as músicas que ele ouvia na época tinham tudo a ver com o clima do filme. Além do Steppenwolf, que também colabora com a viajante e sensacional 'The Pusher', músicas de Jimmi Hendrix Experience, The Byrds e outras menos conhecidas mas também ótimas bandas, como Fraternity of Man, Electric Prunes e Holy Modal Rounders se encarregam de montar o pano de fundo musical para a aventura dos motoqueiros hippies.
Como é muito bem explicado no livro Easy Riders, Raging Bulls - Como a geração sexo drogas e rock and roll salvou Hollywood, de Peter Biskind, Easy Rider - Sem Destino foi o início da Hollywood que conhecemos hoje, abrindo caminho para Martin Scorcese e Francis Ford Coppola, a face mais séria da geração, e também para George Lucas e Steven Spielberg, que criaram o moderno blockbuster. Hopper fez personagens antológicos em Apocalypse Now, o épico de Coppola sobre a Guerra do Vietnã, e em Blue Velvet, obra-prima de David Lynch. Considerado a figura mais maluca de Hollywood, ele largou as drogas e o goró em meados dos anos 80 e apareceu em mais dezenas de filmes, alguns horríveis, dizendo que tinha uma política de nunca recusar um papel. 


como aqui é um blog de música, fica a homenagem ao grande Dennis Hopper em forma da trilha original de Easy Rider

Easy Rider Orignal Soundtrack (1969)

01. The Pusher - Steppenwolf
02. Born To Be Wild - Steppenwolf
03. The Weight - Smith
04. Wasn't Born To Follow - The Byrds
05. If You Want To Be A Bird - The Holy Modal Rounders
06. Don't Bogart Me (AKA Don't Bogart That Joint) - Fraternity Of Man
07. If Six Was Nine - The Jimi Hendrix Experience
08. Kyrie Eleison/Mardi Gras (When The Saints) - The Electric Prunes
09. It's Alright Ma (I'm Only Bleeding) - Roger McGuinn
10. Ballad Of Easy Rider - Roger McGuinn
 

Mas como vocês também tem que ver o file Easy Rider, vai o link pro torrent do dito

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Arthur Verocai - Arthur Verocai (1972)

Vocês conhecem Arthur Verocai? Eu também não conhecia até agora há pouco, quando a Chebel mandou no Twitter um link de uma mixtape que o DJ Nuts, exímio conhecedor da obra de Verocai (e da música brasileira em geral), fez da figura após a série de concertos Timeless, que homenageou, juntamente com o etíope Mulatu Astatke e o finado rapper J. Dilla, essa figura pouco conhecida mas importantíssima na História da Música Brasileira, .

Nascido no Rio de Janeiro em 1945, Verocai era portanto um moleque de 13 anos quando a Bossa Nova varreu o mapa da música brasileira em 1958, com o disco "Chega de Saudade", de João Gilberto. Estudou música com gente como Roberto Menescal, e foi um dos principais proponentes do assim chamado samba-jazz. Arranjou discos como o clássico Carlos, Erasmo, do Tremendão, e de uma galera do quilate de Jorge Ben, Gal Costa, Tim Maia. Luiz Melodia e Leny Andrade, entre outros.

Em 1972 lançou o auto intitulado álbum, uma seminal junção da tropicália e do samba jazz com o soul e o funk americanos. Disco raríssimo, foi descoberto por rappers gringos gerou samples para raps de Ludacris, MF Doom e Lil Brother, entre outros. Relançado em vinil pelo selo gringo Luv N' Haight, fez com que o recluso carioca fosse a Los Angeles executar o disco na íntegra diante duma plateia extasiada. Nuts, que tocou com Madlib na noite anterior, se encarregou de fazer uma mixtape que junta músicas do mitológico disco com sons de outros artistas que foram arranjados por Verocai.

Então aí vai, primeiramente, o disco Arthur Verocai, de 1972, com link surrupiado do Original Pinheiros Style

Arthur Verocai - Arthur Verocai (1972)
.

1. Caboclo
2. Pelas Sombras
3. Sylvia
4. Presente Grego
5. Dedicado a Ela
6. Seriado
7. Na Boca do Sol
8. Velho Parente
9. O Mapa
10. Karina [Domingo no Grajau]

Ouveaê!

e a Mixtape do DJ Nuts:

Ouveaê!