sábado, 2 de janeiro de 2010

Mission of Burma


Feliz ano novo, fiéis ouvintes do Ouveaê! Para começar 2010 com o pé-direito, vou postar os dois discos clássicos dessa excelente banda de Boston, Massachussets, formada no longínquo ano de 1979, no bojo da revolução punk. Como os já aqui citados Television, o Mission of Burma tinha a atitude punk, mas não acreditava nesse negócio de que pra ser punk tem que tocar mal. Assim, com suas músicas ao mesmo tempo barulhentas e ricas em melodia, o Mission é creditado como uma das principais bandas do post-punk e um dos pais do Indie Rock norteamericano.

A sonoridade do Mission of Burma estava centrada na guitarra feroz de Roger Miller, amparada no baixo de Clint Conley e a bateria de Peter Prescott. Influenciados por gente como The Stooges e Velvet Underground, o Mission definitavemente não era uma banda Punk qualquer. Contribuía para isso o fato deles gravarem num dos melhores estúdios de Boston, longe da tosqueira típica das gravações de bandas punks.

Em 1981 lançaram o sensacional single Academy Fight Song, e logo depois o primeiro EP, Signals, Calls and Marches.

Mission of Burma - Signals, Calls and Marches (1981)


A faixa de abertura, 'Academy Fight Song', não estava incluída originalmente no EP, pois foi lançada como single. Mas nessa reedição não podia faltar, e é seguida da também ótima 'Max Ernst'. Outros destaques são a clássica 'That's When I Reach for My Revolver' e 'This is Not a Photograph'. Em comum as letras com referências artísticas e filosóficas, os vocais meio declamatórios, as inusitadas quebras no tempo das músicas e o ritmo alucinado.

01 - Academy Fight Song
02 - Max Ernst
03 - Devotion
04 - Execution
05 - That's When I Reach For My Revolver
06 - Outlaw
07 - Fame And Fortune
08 - This Is Not a Photograph
09 - Red
10 - All World Cowboy Romance


Logo depois os Missions lançaram o primeiro (que seria seu único) álbum:

Mission of Burma - Vs. (1982)


Vs. é estranhamente menos pop e mais experimental que Signals, Calls and Marches, com menos riffs e refrões pegajosos, mas é uma bela coleção de caos sonoro, com destaque para a porrada 'That's How I Escaped my certain Fate' e as ótimas 'Einstein's Day' e 'The Ballad of Johnny Burma'.

01 - Secrets
02 - Trains
03 - Trem Two
04 - New Nails
05 - Dead Pool
06 - Learn How
07 - Mica
08 - Wheaterbox
09 - The Ballad of Johnny Burma
10- Einstein's Day
11 - Fun World
12 - That's How I Escaped My Certain Fate
13 - Laugh The World Away
14 - Forget
15 - Progress
16 - OK No Way


A banda acabaria logo depois, por um motivo deveras pitoresco. AS apresentações ao vivo do Mission eram conhecidas por ser das mais barulhentas possíveis. Isso fez com que o guitarrista Roger Miller começasse a perder a audição. Assim, antes de ficar surdo de vez ele pediu pra sair, e a banda sem ele não fazia sentido. Uma amostra da porradaria ao vivo do Mission pode ser sentida no disco ao vivo 'The Horrible Truth About Burma', lançado em 1985, com músicas da turnê de despedida.

Mission of Burma - The Horrible Truth About Burma (1985)



A banda inesperadamente voltou a se reunir em 2002, e em 2004 lançaram um novo disco, bem bom aliás, OnOffOn, e desde então tem excursionado e lançou mais dois discos. Mas não achei o link dos novos discos, então quem se interessar, se vira! heheheh...

Um comentário:

  1. Quando eu vi o link "post-punk" logo pensei em Echo & the Bunnymen ou Joy Division, duas bandas que adoro. Não conheço o Mission of Burma, vou ouvir!

    ResponderExcluir