segunda-feira, 1 de março de 2010
Miles Davis - In a Silent Way (1969)
A segunda-feira nublada, fria e garoenta em São Paulo pede um disco com esse clima melancólico e ao mesmo tempo etéreo. Em 1969 Miles Davis já tinha revolucionado o jazz mais de uma vez. Já havia ajudado a criar o Cool Jazz, o Jazz Modal, o Hard Bop e neste álbum cujo título diz tudo, ele começa o que talvez seja sua maior revolução: o Fusion.
1969 foi o ano de Woodstock, e Davis estava na época fascinado pela música de Jimi Hendrix. A influência de Hendrix seria mais sentida no disco seguinte, o também revolucionário Bitches Brew. Neste In a Silent Way, Miles se juntou com mais sete jovens músicos, se afastando do seu clássico quinteto que fez, entre outros, Kind of Blue.
Entre estes jovens músicos estavam os pianistas/tecladistas Herbie Hancock, Chick Correa e Joe Zawinul, o saxofonista Wayne Shorter e o guitarrista John McLaughlin. Das sessões gravados com esse octeto surgiu, através da parceria de Miles com o produtor Teo Macero, álbum. Os dois fizeram uma verdadeira alquimia de estúdio para gerar as duas longas sessões de improvisação quase telepática que geraram as duas faixas, um de cada lado do disco: Shhh/Peaceful e In a Silent Way/It's About That Time. É free-jazz, no sentido que se desprende quase totalmente da estrutura clássica do jazz, e é também o prenúncio do Fusion.
Se a música só faz sentido em contraste com o silêncio, esse disco silencioso é um dos sons mais transcendentes e etéreos (dá-lhe adjetivos chapados) já produzidos. Uma viagem que combina como poucas com o clima nublado.
Miles Davis - In a Silent Way (1969)
01 - Shhh/Peaceful
02 - In a Silent Way/It's About That Time
Ouveaê!
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SOS Música de Homem. Ainda bem que eu posso postar também!
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