sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Davy Graham - Folk, Blues & Beyond... (1964)


Salve, salve rapaziada!  Curti muito esse som e queria compartilhar com vcs.  Fica de presente de aniversário pro Paulada! Não conhecia o artista, peguei meio aleatóriamente no excelente blog http://theredhippieteenager.blogspot.com.br ,  que só agora percebi que tem um .br no final, vejam voces.  O blog é sensacional, o cara do blog parece ser portugues e escreve super bem em ingles.  Suas apresentações dos discos geralmente trazem a carreira inteira de grupos pouco conhecidos e mostram um profundo conhecimento da cena folk da inglaterra, escócia e estados unidos.  Voces sabem o que foi o movimento do "folk revival"? Pois é, vale dar uma passeada por lá.  Já há algum tempo venho baixando discos desse blog. Por hora, fica a apresentação que ele fez no blog, na base do copia e cola.  Enjoy.

"Folk, Blues & Beyond is the Second Album by the English Folk Singer/Guitarist Davy Graham.
As the Album Title states, this Album is a mesh of Folk, Blues and Jazz Sounds, meshed by the genius playing of Davy Graham, establishing the sounds of the new Musical Generation, the Folk Revival, who would be 'officially' brought into existence next year, 1965 (with the releases of Bert Jansch's and John Renbourn's Debut Albums). Graham would pick-up the Best Folk Material Available and re-interpret it all, with his unique Middle-Eastern approach to his instrument (the famous DADGAD guitar tuning). Leadbelly, Bob Dylan, Willie Dixon and Reverend Gary Davis all were covered. This Second Album by Graham is now seen as Folk's Seminal recording, which has even influenced the likes of Jimmy Page. He never managed to achieve mainstream fame, outside the Folk circle, not only because of his lack of will to show himself but also a strange unpredictable and instinctive decisions made him an unreliable figure, never trusted by his Publishers.
Best Tracks - "Leavin' Blues", "Cocaine", "Sally Free And Easy", "Black Is The Colour Of My True Love's Hair", "Seven Gypsies", "Moanin'", "Maajun", "My Babe" and "Better Git It In Your Soul". An amazing Album, with pioneer guitar playing, and even though it is not that much appreciated, i like his Vocals. It is a landmark not only in Folk Music but in the History of Music itself. It showed a whole generation a new array of sounds they could pick up and transform into Rock Sounds." 


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Black Alien - Babylon By Gus Vol. 1: O Ano do Macaco (2004)

Sim, sim, eu sei, este Ouveaê está devagar quase parando. Me dei conta disso mas não conseguia pensar em nada legal pra botar aqui, até que um dia o Crispinho botou aqui em casa este que que é um dos grandes discos do rap brasileiro, produto da mente do niteroiense Gustavo de Almeida Ribeiro, o Black Alien.

Recentemente o Planet Hemp anunciou shows para relembrar seu clássico álbum de estreia, Usuário, que já jogamos aqui. Black Alien, que hoje virou uma lenda reclusa que pouco produz e menos ainda se apresenta ao vivo, gerando boatos sobre seu estado de saúde, não foi convidado e Marcelo D2 menosprezou sua importância para o Planet Hemp. Mas fato é que Black Alien é um dos raros exemplares do rap brasileiro que eleva as rimas a um patamar artístico que não seria heresia comparar a Chico Buarque, Gilberto Gil e outros grandes poetas da música brasileira. E este totalmente autoral Babylon By Gus Vol. 1 demonstra isso muito bem.

Gustavo é um observado ímpar da realidade à sua volta e tem uma habilidade também ímpar em narrá-las, construindo narrativas cinematográficas misturando referências diversas e as processando com um olhar único de uma forma que o Som Barato em ótima análise compara a Quentin Tarantino. A influência da Jamaica, do título bobmarleyesco aos vocais ragga e efeitos dub, é a primeira coisa que salta aos ouvidos, mas aos poucos você vai percebendo riqueza de grooves, psicodelia e harmonias jazzísticas fazendo base para as rimas certeiras de Black Alien. A duras penas ele lançou o Volume 2 de Babylon By Gus, A Lenda do Santo Beberrão, ano passado, mas anda tão sumido que eu nem tava sabendo até agora. Bom, vou ouvir mas enquanto isso fiquei com o impecável Volume 1 da cabeça de Black Alien que a sonzeira é garantida!

Black Alien - Babylon By Gus Vol. 1: O Ano do Macaco (2004)

01. Mister Niterói
02. Caminhos do destino
03. Babylon by Gus
04. U informe
05. Como eu te quero
06. Umaextrapunkprumentrafunk
07. Estilo do gueto
08. Primeiro de dezembro
09. Na segunda vinda
10. Perícia na delícia
11. América 21
12. From hell do céu

Ouveaê!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Jerry Lee Lewis - Live At The Star Club, Hamburg (1964)

Sim, eu sei, este Ouveae anda meio devagar, mas sabem como é... enfim, pra dar uma animada no coreto vamos rapidão mandar um disco que é uma verdadeira aula do mais puro rock and roll. Uma apresentação ao vivo de Jerry Lee Lewis, "O Selvagem", quebrando tudo em 1964 no lendário Star Club, em Hamburgo. Treze clássicos absolutos executados por um Jerry Lee no auge da selvageria. Quebradeira é pouco. Descobri essa joia no blog do André Barcinski e o link pra download e do O Cheiro do Ralo.

Jerry Lee Lewis - Live At The Star Club, Hamburg (1964)
01 – Mean Woman Blues
02 – High School Confidential
03 – Money (That’s What I Want)
04 – Matchbox
05 – What’d I Say, Part #1
06 – What’d I Say, Part #2
07 – Great Balls Of Fire
08 – Good Golly Miss Molly
09 – Lewis Boogie
10 – You Cheatin’ Heart
11 – Hound Dog
12 – Long Tall Sally
13 – Whole Lotta Shakin’ Goin’ On

terça-feira, 29 de maio de 2012

Underworld Live: Everything, Everything (2000)


Corria o ano de 2003, quando um certo cidadão japonês aportou na Universidade de São Paulo para fazer um ano de intercâmbio. Kentaro Kiyota era seu nome. Sem saber falar uma palavra em português mas com muita vontade de se enturmar com a brasileirada, ele teve a brilhante ideia de colar pra jogar basquete com o pessoal da Escola de Comunicações e Artes e foi imediatamente adotado pela turminha. Cativou a todos com seu jeito hilário e simpático, e tornou-se um grande amigo e uma figurinha carimbada dos rolês. Eventualmente ele voltou ao Japão, mas tem feito visitas esporádicas e alimenta o sonho de morar e trabalhar no Brasil, país pelo qual ele previsivelmente se apaixonou.

Kentaro-san conheceu muita música brasileira mundrunga em sua passagem pelo Brasil, muito graças à trilha sonora da saudosa república Maracangalha, onde ele morou em parte de sua estadia. Mas ele também nos apresentou muitos sons, principalmente eletrônicos, de várias vertentes. A música eletrônica nunca foi muito do gosto da nossa galera, mas eu particularmente sempre curti esse som breakbeat de meados dos anos 90, que além do Underworld inclui Chemical Brothers, Prodigy, Groove Armada, Basement Jaxx, etc, mas como quase todo mundo, do Underworld só conhecia a crássica Born Slippy, trilha do filme Trainspotting.

Isso até o Kentaro-san botar na roda esse disco que capta os maiores hits dos ingleses Karl Hyde e Rick Smith executados ao vivo, transmitindo a VIBE que se aproxima mais de um show de rock do que de um DJ set eletrônico convencional. Everything Everything entrou na discoteca sentimental da galera em uma viagem lendária para a bucólica Juquehigh, onde tocou em repeat infinito e derreteu a mente dos ouvintes fritos presentes, e tava faltando aqui nessa budega. Portanto, em homenagem ao japa-fritz Kentaro-san, aí vai a pedrada!

Underworld Live: Everything, Everything (2000)

01 - Juanita/Kiteless
02 - Cups
03 - Push Upstairs
04 - Pearls Girl
05 - Jumbo
06 - Shudder/King of Snake
07 -  Born Slippy (Nuxx)
08 - Rez/Cowgirl

Ouveaê!

terça-feira, 3 de abril de 2012

Joyce & A Tribo


A correria tá grande e este Ouveaê tá meio parado, mas pra não deixar criar teia de aranha segue uma sonzera muy peculiar apresentada pelo frito mor da nova geração Diogro. Diretamente da fina psicodelia de 1970, a cantora carioca Joyce nesta época era acompanhada por um grupo de fazer inveja: seu então marido Nelson Angelo, Novelli, Toninho Horta e Naná Vasconcellos. Eles gravaram alguns singles e músicas que entraram em coletâneas e trilhas sonoras de novelas, e participaram do V Festival Internacional da Canção, mas nunca gravaram um LP. As músicas, com uma sonoridade única mesmo na rica cena psicodélica brasileira, trazem uma pegada folk, pitadas jazz e regionalismos vários (samba, xaxado, baião...), foram reunidas pelo pessoal da Woodstock Sound num arquivo que tomo a liberdade de compartilhar aqui. Sonzera!

Joyce & A Tribo - Coletânea by Woodstock Sound

01. Andréa  (Trilha Sonora da Novela – Véu de Noiva-1969)
02. Copacabana Velha de Guerra (LP Encontro Marcado 1969, inédito em CD no Brasil)
03. Please Garçon (Trilha do Filme – Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa – 1970)
04. Bachianas Brasileiras No. 5 (Trilha Sonora -Novela Irmãos Coragem 1970)
05. Sei Lá (com A Tribo)  (Trilha da Novela – Assim na Terra como no Céu 1970)
06. Onocêonekotô (com A Tribo)  (Lp V Festival Internacional da Cancão 1970)
07. Kyrie (com A Tribo) (Coletânea Posições -1971)
08. Tapinha (com A Tribo) (Compacto simples 1970 com Peba & Pobó – 1970)
09. Peba & Pobó (com A Tribo) (Compacto  1970 e Coletânea Posições 1971)
10. Caqui (com A Tribo) (Compacto duplo Joyce 1971)
11. Adeus Maria Fulô (com A Tribo) (Compacto Duplo Joyce – Odeon 1971)
12. Nada Será Como Antes (com A Tribo) (Compacto duplo Joyce 1971)
13. The Man from Avenue (com A Tribo) (Compacto duplo Joyce 1971)
14. Pessoas (com Nelson Ângelo – ao vivo) (5 Festival de Musica Popular Brasileira de Juiz de Fora)

quinta-feira, 22 de março de 2012

Hoje é dia de Jorge, salve Jorge!

Hoje o senhor JORGE DUÍLIO LIMA MENESES completa 70 anos. Seu legado e influência para a música brasileira mereceria um livro, mas como aqui estamos na correria bora só jogar dois disquinhos supimpas do frito mor. Já colocamos aqui o lendário Tábua de Esmeralda, que continua sensacional, mas no momento o disco que eu mais gosto de ouvir dele é o Força Bruta.

Lançado em 1970, é delícia do começo ao fim. Acompanhado do Trio Mocotó, Jorge e seu violão executam algumas de suas mais belas canções, como "Oba, Lá Vem Ela", "Domenica Domingava...", "Charles Jr." e a indefectível "O Telefone Tocou Novamente". Segue a pepita em 320 kbps!

 Jorge Ben - Força Bruta (1970) 

01 - Oba, Lá Vem Ela
02 - Zé Canjica
03 - Domenica Domingava Num Domingo Linda
04 - Charles Jr.
05 - Pulo Pulo
06 - Apareceu Aparecida
07 - O Telefone Tocou Novamente
08 - Mulher Brasileira
09 - Terezinha
10 - Força Bruto

Ouveaê!

Mas talvez a maior obra prima de Jorge Ben foi quando em 1975 ele se juntou com outro cara fraquinho, Gilberto Gil, para  fazer um sonzito. O disco é cercado de lendas. A mais comum é que apenas deixaram os dois no estúdio, com seus violões e uma leve percussão, com uma garrafa de Jurubeba e otras cositas mais na mente, para uma Jam Session chapada, e saiu essa obra prima. Tem até histórias que o ERIC CLAPTON ia participar da gravação mas deu pra trás. De qualquer forma, o resultado foi uma das coisas mais belas já registradas em disco. Som transcedental, elevado, ritual, e ao mesmo tempo intimista, descompromissado. O negócio é ouvir e se deixar levar. E salve Jorge!


Jorge Ben e Gilberto Gil - Gil & Jorge - Ogum Xangô (1975)

01 - Meu Glorioso São Cristóvão (Ben)
02 - Nega (Gil)
03 - Jurubeba (Gil)
04 - Quem Mandou (Pé na Estrada) (Ben)
05 - Taj Mahal (Ben)
06 - Morre o Burro, Fica o Homem (Ben)
07 - Essa é pra Tocar no Rádio (Gil)
08 - Filhos de Ghandi (Gil)
09 - Sarro (Gil)

Ouveaê!



 

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Captain Black Big Band - Captain Black Big Band (2011)

O pianista norte-americano Orrin Evans tem o mesmo respeitado sobrenome de dois outros pianistas de jazz que fizeram história: Gil e Bill Evans, colaboradores de alguns dos melhores trabalhos de Miles Davis, mas ao que se sabe não é parente de nenhum deles. Ainda assim, é um dos principais nomes da nova geração do jazz na sua terra natal (embora nem seja tão jovem assim e já esteja na labuta desde meados dos anos 90).

Ele sempre trabalhou com grupos pequenos, de trios a quintetos, mas resolveu arriscar um formato consagrado mas não muito comum hoje em dia, a big band, para seu projeto mais recente. Acionou seus contatos e recrutou 39 músicos dos bons, que se revezaram nos shows e nas sessões de gravação, co Orrin funcionando como um maestro. O resultado foi esses excelente álbum que mistura a pegada "balada" associado às big bands com muita criatividade e improviso, passeando por diversos subgêneros do jazz, do hard bop à fusion, dos ritmos latinos aos asiáticos.

O ótimo Na Mira do Groove faz uma análise mais elaborada das sete faixas, e deixo vocês com uma versão ao vivo de Jena 6, que encerra o disco em grande estilo.


e lá vai o disco inteirinho pra vossa satisfação!

Captain Black Big Band - Captain Black Big Band (2011)

01 - Art of War
02 - Here's the Captain
03 - Inheritance
04 - Big Jimmy
05 - Captain Black
06 - Easy Now
07 - Jena 6

Ouveaê!

domingo, 29 de janeiro de 2012

Martin Denny - Exotic Moog (1969)



É amigos, esse ano foi realmente de fuder.  Não sei porque razão, talvez foi um alinhamento dos astros, ou talvez foi a rebarba dos tempos onde as farmácias ainda ofereciam drogas de qualidade para o cidadão.  Sei que nada foi o mesmo depois desse ano. 
Martin Denny , talentoso pianista e compositor norte americano tocava musica havaiana com seu grupo quando um teclado moog caiu em suas mãos.  A partir daí foi puro deleite, e o cara acabou sendo responsável pela criação do que depois seria chamado genero Exotica, o que simplificando seria uma mistura de psicodelia com musica da polinesia e demais ilhas do pacifico.
Apelidei esse disco de "Music for meditative dish washing" porque era exatamente o que eu estava fazendo na primeira vez que escutei.
Detalhe que tem até uma versão de Canto de Ossanha! Realmente, esse ano foi foda.

Ouveae!









sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Moacir Santos - Coisas (1965)





Na semana em que enquadraram o Megaupload e a revolta popular acabou com o SOPA convém lembrar por que fazemos isso, porque compartilhamos arquivos de produtos artísticos e culturais, de graça, aqui nessa interwebs. Porque nós gostamos pra caralho disso, porque a arte é a mais elevada das atividades humanas e deve ser levada ao maior número de pessoas possível, porque o sistema de distribuição da antiga indústria cultural era falho e injusto.

Um exemplo, essa obra-prima da música brasileira do maestro Moacir Santos ficou décadas fora de catálogo e quase impossível de ser desfrutada graças à incompetência da Universal Music Group.  O blog Instrumental BR conta essa história, em texto de Ruy Castro, mas como estou na correria vou só jogar o link (no glorioso Mediafire) desta pepita que é o ápice do que se convencionou chamar de samba-jazz, que foi menos ouvido do que deveria na época, o que ajudou a acabar com a era de ouro da música instrumental no Brasil e que, graças à internet e blogs como este humilde aqui, chegou a um grande número de pessoas, que puderam se deliciar com as coisas do seu Moacir. Ouveaê e não pare de ouvir música boa, caçando obras primas e compartilhando seus achados com os amigos! O livre fluxo de informações via bits e bytes nesta rede nunca vai parar!

Moacir Santos - Coisas (1965)

01 - Coisa No. 4
02 - Coisa No.10
03 - Coisa No. 5
04 - Coisa No. 3
05 - Coisa No. 2
06 - Coisa No. 9
07 - Coisa No. 6
08 - Coisa No.7
09 - Coisa No.1
10 - Coisa No.8

Ouveaê!



terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Azymuth - Outubro (1980)

Mais um som apresentado pelo comparsa Brunoise, esse disco é a consagração do trio instrumental carioca formado no começo da década de 70 por José Roberto Betrami (teclado e percussão) Alex Malheiros (baixo e guitarra) e Ivan Conte (bateria e sintetizadores). Insistindo num bossa jazz samba fusion puramente instrumental na época em que a MPB era sinônimo de cantores, eles permaneceram às margens da popularidade na terra natal, embora tenham emplacados temas em novelas, como Linha do Horizonte, de 1975.  Em 1978, graças a Airto Moreira, que os chamou para fazer algumas composições e acompanhar uma turnê de Flora Purim, fecharam contrato com a gravadora gringa Black Sun. Após o também ótimo Light as Feather, lançado em 1979, veio este Outubro, que mostra de maneira impecável o "samba de gringo doido" que mistura percussão afro from hell, guitarra roqueira, baixo fusion e sintetizadores a la Herbie Hancock fase Headhunters. Enfim, sonzera!

O disco foi relançado com seis faixas bônus ao vivo sensacionais, enjoy!

Azymuth - Outubro (1980)

01 - Papasong
02 - 500 Miles High
03 - Pantanal (Swamp)
04 - Dear Limmertz
05 - Carta pro Airto (Letter to Airto)
06 - Outubro (October)
07 - Maracanã
08 - Um Amigo (A Friend)
09 - Dear Limmertz Prelude

Bonus Tracks 
10 - Light as a Feather
11 - Partido Alto
12 - Existe Isso (That Exists)
13 - Jazz Carnival
14 - Dona Olimpia
15 - Voo Sobre o Horizonte (Fly Over the Horizon)


Ouveaê!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Chimbinha e Banda - Guitarras que Cantam (1998)


O sucesso internacional avassalador de Ai se eu te pego do MICHEL TELÓ, saudado como embaixador da cultura brasileira na capa da revista Época, levou à loucura os guardiões do tal bom gosto musical. Afinal, como comparar o hit grudento da dancinha ridícula que já está sendo comparado à Macarena ao PANTEÃO da música brasileira dos deuses supremos como Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano Velozzzzzzzzzzz...

Pois bem, eu mesmo acho a música do Teló horrível, mas o mérito de ficar na sua cabeça e não sair de jeito nenhum é indiscutível. O legal da música é a diversidade, e eu tento ouvir de tudo, despido de preconceitos (nem sempre consigo). Pra mim o que importa é que quem ouve Teló e os megahits da moda consigam ir além e ouvir outras coisas, e isso serve para os paladinos do bom gosto, eles podem descobrir sons legais onde menos se espera se deixarem o preconceito de lado.

Vejamos o gênio CHIMBINHA, por exemplo. Guitarrista da banda Calypso, só a menção ao seu nome pode provocar espamos de ódio nos roqueiros xiitas. Mas o cabra toca muito! Herdeiro legítimo da tradição da GUITARRADA paraense, teve também influência do estilo virtuoso de guitarristas como Mark Knopfler, do Dire Straits, e sim, Eric Clapton, como podemos ver aqui:



Antes de conhecer Joelma, esposa e companheira de Calypso, o Chimbinha já esmirilhava sua guitarra por Belém, e gravou um disco solo sob o nome "Chimbinha e Banda", Guitarras que Cantam, em 1998. E é bem isso mesmo, Chimba usa seu instrumento como elemento melódico emulando a voz, mostrando toda sua habilidade nas seis cordas. A pegada é o som com fortes influências caribenhas e latinas que daria no Calypso. Cumbia, Merengue, Lambada, o tal Calipso e os locais Carimbó e Brega. As faixas instrumentais são diversão pura, e mesmo nas com vocal a voz do cara nao compromete.

O disco hoje em dia é raro, e pode ser encontrado por até 100 reais! Hoje, Chimbinha está podre de rico mas ainda produz insanamente, menos do que na época pré-fama nacional, claro, quando gravava três discos por dia e ainda se apresentava ao vivo todas as noites nos inferninhos de Belém. Para conhecer melhor o figura, recomendo esse texto do Vladmir Cunha.

Dispa-se do preconceito e sente a sonzeira do Guitarras que Cantam! Pra mim o som não faz feio perto das guitarras de surf music de bambas como Dick Dale, mas com uma pegada TROPICALIENTE bagaceira divertida e irresistível.

Chimbinha e Banda - Guitarras que Cantam (1998)

01 - DANÇANDO CALYPSO
02 - NA LEVADA DO BREGA
03 - SOM DA AMAZONIA
04 - EU TE AMEI
05 - SONHO DE AMOR
06 - GUITARRAS QUE CANTAM
07 - BAILA A CUMBIA
08 - NA ONDA DO BAILE
09 - TEMPERO DO PARÁ
10 - SWING DO AMOR
11 - DANÇANDO MERENGUE
12 - RITMO LOUCO

Ouveaê!