terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Captain Black Big Band - Captain Black Big Band (2011)

O pianista norte-americano Orrin Evans tem o mesmo respeitado sobrenome de dois outros pianistas de jazz que fizeram história: Gil e Bill Evans, colaboradores de alguns dos melhores trabalhos de Miles Davis, mas ao que se sabe não é parente de nenhum deles. Ainda assim, é um dos principais nomes da nova geração do jazz na sua terra natal (embora nem seja tão jovem assim e já esteja na labuta desde meados dos anos 90).

Ele sempre trabalhou com grupos pequenos, de trios a quintetos, mas resolveu arriscar um formato consagrado mas não muito comum hoje em dia, a big band, para seu projeto mais recente. Acionou seus contatos e recrutou 39 músicos dos bons, que se revezaram nos shows e nas sessões de gravação, co Orrin funcionando como um maestro. O resultado foi esses excelente álbum que mistura a pegada "balada" associado às big bands com muita criatividade e improviso, passeando por diversos subgêneros do jazz, do hard bop à fusion, dos ritmos latinos aos asiáticos.

O ótimo Na Mira do Groove faz uma análise mais elaborada das sete faixas, e deixo vocês com uma versão ao vivo de Jena 6, que encerra o disco em grande estilo.


e lá vai o disco inteirinho pra vossa satisfação!

Captain Black Big Band - Captain Black Big Band (2011)

01 - Art of War
02 - Here's the Captain
03 - Inheritance
04 - Big Jimmy
05 - Captain Black
06 - Easy Now
07 - Jena 6

Ouveaê!

domingo, 29 de janeiro de 2012

Martin Denny - Exotic Moog (1969)



É amigos, esse ano foi realmente de fuder.  Não sei porque razão, talvez foi um alinhamento dos astros, ou talvez foi a rebarba dos tempos onde as farmácias ainda ofereciam drogas de qualidade para o cidadão.  Sei que nada foi o mesmo depois desse ano. 
Martin Denny , talentoso pianista e compositor norte americano tocava musica havaiana com seu grupo quando um teclado moog caiu em suas mãos.  A partir daí foi puro deleite, e o cara acabou sendo responsável pela criação do que depois seria chamado genero Exotica, o que simplificando seria uma mistura de psicodelia com musica da polinesia e demais ilhas do pacifico.
Apelidei esse disco de "Music for meditative dish washing" porque era exatamente o que eu estava fazendo na primeira vez que escutei.
Detalhe que tem até uma versão de Canto de Ossanha! Realmente, esse ano foi foda.

Ouveae!









sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Moacir Santos - Coisas (1965)





Na semana em que enquadraram o Megaupload e a revolta popular acabou com o SOPA convém lembrar por que fazemos isso, porque compartilhamos arquivos de produtos artísticos e culturais, de graça, aqui nessa interwebs. Porque nós gostamos pra caralho disso, porque a arte é a mais elevada das atividades humanas e deve ser levada ao maior número de pessoas possível, porque o sistema de distribuição da antiga indústria cultural era falho e injusto.

Um exemplo, essa obra-prima da música brasileira do maestro Moacir Santos ficou décadas fora de catálogo e quase impossível de ser desfrutada graças à incompetência da Universal Music Group.  O blog Instrumental BR conta essa história, em texto de Ruy Castro, mas como estou na correria vou só jogar o link (no glorioso Mediafire) desta pepita que é o ápice do que se convencionou chamar de samba-jazz, que foi menos ouvido do que deveria na época, o que ajudou a acabar com a era de ouro da música instrumental no Brasil e que, graças à internet e blogs como este humilde aqui, chegou a um grande número de pessoas, que puderam se deliciar com as coisas do seu Moacir. Ouveaê e não pare de ouvir música boa, caçando obras primas e compartilhando seus achados com os amigos! O livre fluxo de informações via bits e bytes nesta rede nunca vai parar!

Moacir Santos - Coisas (1965)

01 - Coisa No. 4
02 - Coisa No.10
03 - Coisa No. 5
04 - Coisa No. 3
05 - Coisa No. 2
06 - Coisa No. 9
07 - Coisa No. 6
08 - Coisa No.7
09 - Coisa No.1
10 - Coisa No.8

Ouveaê!



terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Azymuth - Outubro (1980)

Mais um som apresentado pelo comparsa Brunoise, esse disco é a consagração do trio instrumental carioca formado no começo da década de 70 por José Roberto Betrami (teclado e percussão) Alex Malheiros (baixo e guitarra) e Ivan Conte (bateria e sintetizadores). Insistindo num bossa jazz samba fusion puramente instrumental na época em que a MPB era sinônimo de cantores, eles permaneceram às margens da popularidade na terra natal, embora tenham emplacados temas em novelas, como Linha do Horizonte, de 1975.  Em 1978, graças a Airto Moreira, que os chamou para fazer algumas composições e acompanhar uma turnê de Flora Purim, fecharam contrato com a gravadora gringa Black Sun. Após o também ótimo Light as Feather, lançado em 1979, veio este Outubro, que mostra de maneira impecável o "samba de gringo doido" que mistura percussão afro from hell, guitarra roqueira, baixo fusion e sintetizadores a la Herbie Hancock fase Headhunters. Enfim, sonzera!

O disco foi relançado com seis faixas bônus ao vivo sensacionais, enjoy!

Azymuth - Outubro (1980)

01 - Papasong
02 - 500 Miles High
03 - Pantanal (Swamp)
04 - Dear Limmertz
05 - Carta pro Airto (Letter to Airto)
06 - Outubro (October)
07 - Maracanã
08 - Um Amigo (A Friend)
09 - Dear Limmertz Prelude

Bonus Tracks 
10 - Light as a Feather
11 - Partido Alto
12 - Existe Isso (That Exists)
13 - Jazz Carnival
14 - Dona Olimpia
15 - Voo Sobre o Horizonte (Fly Over the Horizon)


Ouveaê!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Chimbinha e Banda - Guitarras que Cantam (1998)


O sucesso internacional avassalador de Ai se eu te pego do MICHEL TELÓ, saudado como embaixador da cultura brasileira na capa da revista Época, levou à loucura os guardiões do tal bom gosto musical. Afinal, como comparar o hit grudento da dancinha ridícula que já está sendo comparado à Macarena ao PANTEÃO da música brasileira dos deuses supremos como Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano Velozzzzzzzzzzz...

Pois bem, eu mesmo acho a música do Teló horrível, mas o mérito de ficar na sua cabeça e não sair de jeito nenhum é indiscutível. O legal da música é a diversidade, e eu tento ouvir de tudo, despido de preconceitos (nem sempre consigo). Pra mim o que importa é que quem ouve Teló e os megahits da moda consigam ir além e ouvir outras coisas, e isso serve para os paladinos do bom gosto, eles podem descobrir sons legais onde menos se espera se deixarem o preconceito de lado.

Vejamos o gênio CHIMBINHA, por exemplo. Guitarrista da banda Calypso, só a menção ao seu nome pode provocar espamos de ódio nos roqueiros xiitas. Mas o cabra toca muito! Herdeiro legítimo da tradição da GUITARRADA paraense, teve também influência do estilo virtuoso de guitarristas como Mark Knopfler, do Dire Straits, e sim, Eric Clapton, como podemos ver aqui:



Antes de conhecer Joelma, esposa e companheira de Calypso, o Chimbinha já esmirilhava sua guitarra por Belém, e gravou um disco solo sob o nome "Chimbinha e Banda", Guitarras que Cantam, em 1998. E é bem isso mesmo, Chimba usa seu instrumento como elemento melódico emulando a voz, mostrando toda sua habilidade nas seis cordas. A pegada é o som com fortes influências caribenhas e latinas que daria no Calypso. Cumbia, Merengue, Lambada, o tal Calipso e os locais Carimbó e Brega. As faixas instrumentais são diversão pura, e mesmo nas com vocal a voz do cara nao compromete.

O disco hoje em dia é raro, e pode ser encontrado por até 100 reais! Hoje, Chimbinha está podre de rico mas ainda produz insanamente, menos do que na época pré-fama nacional, claro, quando gravava três discos por dia e ainda se apresentava ao vivo todas as noites nos inferninhos de Belém. Para conhecer melhor o figura, recomendo esse texto do Vladmir Cunha.

Dispa-se do preconceito e sente a sonzeira do Guitarras que Cantam! Pra mim o som não faz feio perto das guitarras de surf music de bambas como Dick Dale, mas com uma pegada TROPICALIENTE bagaceira divertida e irresistível.

Chimbinha e Banda - Guitarras que Cantam (1998)

01 - DANÇANDO CALYPSO
02 - NA LEVADA DO BREGA
03 - SOM DA AMAZONIA
04 - EU TE AMEI
05 - SONHO DE AMOR
06 - GUITARRAS QUE CANTAM
07 - BAILA A CUMBIA
08 - NA ONDA DO BAILE
09 - TEMPERO DO PARÁ
10 - SWING DO AMOR
11 - DANÇANDO MERENGUE
12 - RITMO LOUCO

Ouveaê!