segunda-feira, 20 de junho de 2011

Viajando no trip hop com Portishead e Massive Attack

Mais um post temático, e mais um resgatando o Lado B da década de 90. Desta vez vamos viajar no Trip Hop, um dos subgêneros mais legais que as Ilhas Britânicas produziram na confusa última década do século 20. Legítimo produto do underground sombrio e chuvoso da Inglaterra, o trip hop é basicamente um hip hop mais lento, climático e eletrônico, com pitadas de dub e geralmente lânguidos vocais femininos. Portishead e Massive Attack são os nomes mais conhecidos, e jogo aqui os discos mais conhecidos de cada.

Portishead - Dummy (1994)


Blue Lines, lançado pelo Massive Attack em 1991, é considerado o marco zero do Trip Hop. Três anos depois, o Portishead, grupo da vocalista Beth Gibbons e dos magos dos sintetizadores Geoff Barrow e Adrian Utley adicionou acid house, cool jazz e um clima de trilha sonora à sonoridade dub e e beats de hip hop do primeiro disco do Massive Attack, e criou uma pequena joia de músicas repletas de atmosfera esfumaçada e sensual em seu disco de estreia. A música mais conhecida é Glory Box, que por uma dessas coincidências cósmicas usa o mesmo sample (Ike's Rap, do Isaac Hayes) que 'Jorge da Capadócia', primeira faixa do clássico 'Sobrevivendo no Inferno', dos Racionais MC's. Outros destaques são 'Sour Times' e 'Numb', mas as 11 faixas formam um conjunto harmônico que faz desse disco um dos melhores e mais influentes dos nineties.

Faixas: 
01- Mysterions
02 - Sour Times
03 - Strangers
04 - It Could Be Sweet
05 - Wandering Star
06 - It's a Fire
07 - Numb
08 - Roads
09 - Pedestal
10 - Biscuit
11 - Glory Box

Ouveaê!

Massive Attack - Mezzanine (1998)


O Massive Attack é o grupo decano da onda Trip Hop, mas seu MAGNUM OPUS veio 'apenas' em 1998. A história do trio formado por MUSHROOM, DADDY G E 3D, remonta a 1983, quando surgiu o Wild Bunch, coletivo de DJs pioneiro em mesclar Punk Rock, Reggae, e R&B que com formação mutante que incluiu ainda TRICKY, fez história na cena noturna da soturna cudade de Bristol, no sul da Inglaterra. 

O Massive Attack mesmo começou em 1987, e em 1991 lançaram o marco 'Blue Lines'. Em 1998 já eram muito conhecidos e respeitados e ganhando bastante dinheiro, mas uma certa TENSÃO pairava entre os três em relação aos rumos do trio. O segundo disco, 'Protection', tinha sido um sucesso com um som jazzy e sofisticado, perfeita trilha para comerciais e ambientes COOL em geral. 3D e Daddy G recrutaram o produtor Neil Davidge, querendo dar outro rumo ao som da banda. Mushroom estava descontente e acabou saindo do grupo logo depois. O resultado desta tensãofoi um disco que, além de uma impressionante coleção de samples, traz uma guitarreira post rock APOCALÍPTICA que deusnoslivre, principalmente na faixa de abertura, 'Angel', com vocais do colaborador habitual Horace Andy . Mas quem dá o tom SOMBRIO do disco é mesmo o vocal de Elizabeth Frazer, do Coclteau Twins, que canta em 'Teardrop', maior hit do disco. 'Inertia Creeps' traz um sabor oriental, e 'Black Milk' transpira sexualidade. Mas a faixa-título 'Mezzanine' é a que melhor EPITOMIZA o espírito do álbum

Faixas: 

01 - Angel
02 - Ringson
03  Teardrop
04 - Inertia Creeps
05 - Exchange
06 - Dissolved Girl
07 - Man Next Door
08 - Black Milk
09 - Mezzanine
10 - Group Four
11 - (Exchange)


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