quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Chimbinha e Banda - Guitarras que Cantam (1998)


O sucesso internacional avassalador de Ai se eu te pego do MICHEL TELÓ, saudado como embaixador da cultura brasileira na capa da revista Época, levou à loucura os guardiões do tal bom gosto musical. Afinal, como comparar o hit grudento da dancinha ridícula que já está sendo comparado à Macarena ao PANTEÃO da música brasileira dos deuses supremos como Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano Velozzzzzzzzzzz...

Pois bem, eu mesmo acho a música do Teló horrível, mas o mérito de ficar na sua cabeça e não sair de jeito nenhum é indiscutível. O legal da música é a diversidade, e eu tento ouvir de tudo, despido de preconceitos (nem sempre consigo). Pra mim o que importa é que quem ouve Teló e os megahits da moda consigam ir além e ouvir outras coisas, e isso serve para os paladinos do bom gosto, eles podem descobrir sons legais onde menos se espera se deixarem o preconceito de lado.

Vejamos o gênio CHIMBINHA, por exemplo. Guitarrista da banda Calypso, só a menção ao seu nome pode provocar espamos de ódio nos roqueiros xiitas. Mas o cabra toca muito! Herdeiro legítimo da tradição da GUITARRADA paraense, teve também influência do estilo virtuoso de guitarristas como Mark Knopfler, do Dire Straits, e sim, Eric Clapton, como podemos ver aqui:



Antes de conhecer Joelma, esposa e companheira de Calypso, o Chimbinha já esmirilhava sua guitarra por Belém, e gravou um disco solo sob o nome "Chimbinha e Banda", Guitarras que Cantam, em 1998. E é bem isso mesmo, Chimba usa seu instrumento como elemento melódico emulando a voz, mostrando toda sua habilidade nas seis cordas. A pegada é o som com fortes influências caribenhas e latinas que daria no Calypso. Cumbia, Merengue, Lambada, o tal Calipso e os locais Carimbó e Brega. As faixas instrumentais são diversão pura, e mesmo nas com vocal a voz do cara nao compromete.

O disco hoje em dia é raro, e pode ser encontrado por até 100 reais! Hoje, Chimbinha está podre de rico mas ainda produz insanamente, menos do que na época pré-fama nacional, claro, quando gravava três discos por dia e ainda se apresentava ao vivo todas as noites nos inferninhos de Belém. Para conhecer melhor o figura, recomendo esse texto do Vladmir Cunha.

Dispa-se do preconceito e sente a sonzeira do Guitarras que Cantam! Pra mim o som não faz feio perto das guitarras de surf music de bambas como Dick Dale, mas com uma pegada TROPICALIENTE bagaceira divertida e irresistível.

Chimbinha e Banda - Guitarras que Cantam (1998)

01 - DANÇANDO CALYPSO
02 - NA LEVADA DO BREGA
03 - SOM DA AMAZONIA
04 - EU TE AMEI
05 - SONHO DE AMOR
06 - GUITARRAS QUE CANTAM
07 - BAILA A CUMBIA
08 - NA ONDA DO BAILE
09 - TEMPERO DO PARÁ
10 - SWING DO AMOR
11 - DANÇANDO MERENGUE
12 - RITMO LOUCO

Ouveaê!

4 comentários:

  1. Sonzeira hein! A cumbia amazonica é muito boa. Suas guitarras tem um ritmo especial.
    Esse som rola indiferente de qual pais esteja. Lembra muito essa cumbia da amazonia peruana:
    http://ouveae.blogspot.com/2009/12/rebel-sounds-collection.html

    ResponderExcluir
  2. Curti muito teu texto véi, equilíbrio entre ironia, crítica, sarcasmo e anedotas. Por acaso acabei aqui pois acabei de ouvir algumas peças desse disco. Tenho que dizer que, me despindo de preconceitos, de fato posso alegar que ele é o verdadeiro Herdeiro da Guitarrada, manja muito do estilo.

    ResponderExcluir
  3. Chimbinha tó com cv vã em frentes eu so uma mulher que esta ao seu lado esta mulher não ti merece. beijos rosana

    ResponderExcluir
  4. Esse som aí não é da guitarra do Chimbinha não!!!

    ResponderExcluir